Benefícios com novo sistema já superaram expectativa, afirmaCNI

20 de maio de 2021

Benefícios com novo sistema já superaram expectativa, afirmaCNI

Para entidade, Portal Único do Comércio Exterior vai reforçar as transações internacionais do Brasil em US$ 92,1 bilhões até 2040.

Ainda em processo de implantação, o Portal Único do Comércio Exterior vai reforçar as transações internacionais do Brasil em US$ 92,1 bilhões até 2040. O dado se refere à
corrente de comércio, que é a soma de importações e exportações e mostra o nível de inserção do país no mercado mundial.

A estimativa é da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ganho na corrente de comércio será maior com os Estados Unidos, um acréscimo de US$ 17,16 bilhões, e com a União Europeia, de US$ 13,38 bilhões. Com a China serão US$ 9,98 bilhões, e, com a Argentina, US$ 9,43 bilhões. Ou seja, os benefícios se concentram nos principais mercados dos produtos brasileiros.

Com um comércio internacional mais forte, o Produto Interno Bruto (PIB) ganhará impulso, avalia a CNI. O ganho estimado para o período de 2014, quando começou o projeto do portal único, a 2040 é de US$ 124,9 bilhões. Produtos industriais, que possuem maior valor agregado, deverão aumentar sua participação nas exportações. Nas cargas marítimas, deverá avançar de 52,35% para
61,98% do total. Nas aéreas, deverá subir de 52,30% para 52,87%. “O portal traz ganhos sistêmicos, estruturais e persistentes para o comércio exterior brasileiro”, afirmou a gerente de Diplomacia Empresarial da CNI, Constanza Negri Biasutti. Na visão da indústria, esses dados justificam manter o projeto no topo das prioridades do governo.

O processo de implantação do portal deveria ser concluído neste ano, defende a CNI. “A total integração dos órgãos ao portal único, bem como o aperfeiçoamento dos programas de gestão de risco, trará ganhos tanto para o governo quanto para o setor privado, permitindo modernização do comércio exterior e maior integração do Brasil ao comércio internacional”, afirma em nota o  superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves. Justamente nessa linha, as empresas fazem três recomendações ao governo: concluir o portal até 2021, buscar a cooperação e o sincronismo de processo dos órgãos envolvidos na importação e aperfeiçoar a gestão de risco do processo, para reduzir o número de etapas e o número de mercadorias sujeitas ao controle. Os benefícios do Portal Único do Comércio Exterior têm sido maiores do que o esperado em 2015, quando o serviço começou a ser implantado, segundo novas projeções da CNI.

Naquele ano, a meta era cortar o tempo gasto com burocracia alfandegária e aduaneira nas exportações de 13 para oito dias. Em 2020, porém, a demora já havia recuado para 4,85 dias. Nas importações, a meta era cortar o tempo de 17 para dez dias. O dado observado em 2020 foi 8,71 dias. Os tempos se referem às operações pelo modal marítimo, que é o mais utilizado pelo Brasil.

A aceleração dos processos trouxe economia de custos para as empresas. Em 2014, eles representavam 13,04% do valor das mercadorias exportadas por via marítima. Agora, estão em 4,03%. Nas importações feitas pelo mar, o custo recuou de 14,2% para 7,10%. No comércio feito pelo modal aéreo, o custo da demora nas exportações recuou de 0,27% para 0,08%. Nas importações, a queda foi de 0,40% para 0,14%.

A redução da burocracia tem efeitos multiplicadores sobre toda a economia, diz Constanza. Está também alinhada com o objetivo do governo de abrir a economia. “É uma maneira inteligente e eficiente de inserir o Brasil, mais e melhor, no comércio internacional.”

Fonte: Valor Econômico