Reuniões da COLFAC são suspensas na Alfândega de Santos

10 de fevereiro de 2022

Reuniões da COLFAC são suspensas na Alfândega de Santos

Diante da falta de resposta do governo frente às reivindicações da categoria, o Sindifisco Santos, sindicato que representa os Auditores-Fiscais da Receita Federal, recebeu a informação, na quarta-feira (3/02), do cancelamento da reunião da Comissão Local de Facilitação do Comércio Exterior em Santos (COLFAC), que estava prevista para 17/2.

A COLFAC foi estabelecida em 2018 em 15 alfândegas do país (entre elas, a de Santos), que respondem por 80% dos despachos aduaneiros. Reunindo os setores público e privado, a COLFAC tem como objetivo facilitar o comércio exterior, através da identificação de problemas e busca de soluções.

Na Alfândega de Santos, a COLFAC aproximou os envolvidos no comércio exterior, diminuiu os procedimentos burocráticos, além de suas reuniões terem resultado em treinamentos e no aprimoramento da Declaração Única de Exportação (DUE).

Com a suspensão das reuniões por tempo indefinido, fecha-se um importante canal de troca de informações entre a Receita Federal e importadores, exportadores e demais intervenientes do comércio exterior. Dessa forma, não serão realizadas melhorias nos processos e sistemas informatizados do comércio exterior, o que pode resultar em perda de competitividade do Brasil no comércio exterior. Além disso, ocorrerão dificuldades na implementação total do Acordo sobre Facilitação do Comércio (AFC), assinado pelo Brasil e outros 111 países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo o Sindifisco Santos, a suspensão das reuniões da COLFAC se junta a outras ações que já impactam o Porto de Santos, como o atraso para a liberação de combustíveis e nafta (importante insumo da indústria petroquímica), a demora para a liberação de Declarações Únicas de Exportação (DUE) e contêineres. Atualmente, o atraso diário para a liberação de cerca de seis mil contêineres significa um atraso na arrecadação em torno de R$ 125 milhões ao dia.

Ainda como consequência da mobilização dos Auditores-Fiscais, que teve início em 27/12, 95% dos Auditores que ocupam postos de chefia entregaram seus cargos, incluindo os delegados e delegados adjuntos da Alfândega e da Delegacia da Receita Federal em Santos.

Reivindicações – A operação-padrão no Porto de Santos foi causada pelo não cumprimento do acordo firmado em 2016, que é a regulamentação da Lei 13464/17, que prevê o pagamento de um bônus variável aos Auditores. A categoria ainda pede o retorno dos R$ 1,2 bilhões, o equivalente a mais de 50% do orçamento da Receita Federal, que seriam destinados a investimentos em tecnologia e aprimoramento do órgão, mas que serão transferidos para conceder o aumento de salário a carreiras policiais e a abertura de concurso público para a Receita Federal, já que nos últimos 10 anos o órgão perdeu 50% do seu quantitativo de Auditores.

Fonte: Assessoria de Comunicação