Container: o que seria do nosso mundo atual sem este equipamento?

05 de janeiro de 2023

Container: o que seria do nosso mundo atual sem este equipamento?

Em 1999, após muitas observações e aplicação prática, notamos a maravilha que era esse equipamento chamado container!

Em outro artigo, fizemos a nossa primeira anotação sobre a importância dessa maravilhosa unidade de transporte. E que consideramos uma das maravilhas criadas pelo homo sapiens ao longo de sua trajetória neste maravilhoso planeta azul. Com certeza o seu criador, Malcom McLean, deve ser guindado à posição de um dos homens mais importantes do século XX e da história da humanidade.

Graças a ele e seu equipamento, a história da humanidade sofreu uma reviravolta impensável até pouco tempo atrás. Como temos tido oportunidade de dizer, dificilmente o homem estaria hoje com esse desenvolvimento. Com certeza, apenas com o desenvolvimento de pelo menos umas três décadas anteriores.

Quando se analisa a evolução do comércio mundial isso fica patente, e temos que colocar o nosso Malcom no panteão dos heróis eternos.

A partida para tal pensamento inicial, e agora o seu reforço, tem base em dois pontos. Um deles é a análise do comércio mundial antes e após o container, e podemos verificar a sua extraordinária evolução. Em 1950, a corrente de comércio mundial foi de US$ 116,8 bilhões. Portanto, milhares de anos para chegar a esse número. Em 1960, passou a US$ 235,6 bilhões. Em 1970, sua corrente de comércio foi de US$ 614,1 bilhões.

Devemos lembrar que o container foi criado em 1956, tendo surgido em 1957 o primeiro navio porta-container da história. Também, que ele foi padronizado em 1968.

E sabemos do que é capaz uma padronização. Com isso foi possível começar a se construir navios apropriados para o equipamento. As unidades começaram a ser construídas de acordo com a padronização colocada, permitindo que cada navio pudesse levar a unidade de qualquer construtor sem problemas. Os equipamentos para sua movimentação também passaram a ser apropriados e não adaptados, e cada vez mais rápidos.

Com isso, o comércio mundial começou uma “explosão” jamais vista. Se o comércio cresceu extraordinariamente entre os anos 50 e 70, mais do que em qualquer outra época da história do mundo, o que ocorreu posteriormente é de tirar o fôlego.

Uma vez que tudo agora era padronizado, não havia mais por que ter limitações e o comércio mundial não decepcionou. Em 1980, os valores da corrente de comércio foram a extraordinários US$ 3,9 trilhões, o que, sem dúvida, não seria possível sem o container.

E não parou por aí. Em 1990, a corrente de comércio passou a ser de US$ 6,9 trilhões, subindo para US$ 13,0 trilhões em 2000. Em 2010, para US$ 30,4 trilhões, sendo de cerca de 37,0 trilhões atualmente.

Como explicar tal crescimento no comércio, permitindo a evolução da humanidade e tudo que nele existe, sem este maravilhoso equipamento?

Mas, obviamente, não queremos que as pessoas apenas acreditem no produto que estamos tentando vender. É preferível mostrar um outro interessante lado da questão, o segundo ponto inferido anteriormente. Se não acreditamos, e nem sempre é fácil fazer isso, no lado da história evolutiva, podemos pensar numa involução possível, o que talvez seja mais viável.

Que tal tentarmos imaginar o que seria do mundo do comércio se, de repente, por alguma razão, acordássemos amanhã e descobríssemos que todos os navios porta-containers, containers, estaleiros e fábricas de produção do equipamento tivessem sido destruídos? E tivéssemos que nos limitar ao velho e “bom modo” de embarcarmos e transportarmos mercadorias, que é o conhecido navio convencional de porões e os embarques unidade a unidade, no máximo paletizadas? Em especial, que um navio porta-containers é capaz de transportar três ou quatro vezes mais cargas que um convencional. Isso em face da racionalização de espaços através das bays (baias), rows (colunas) e tiers (camadas empilhadas), principalmente a possibilidade de transporte de milhares de unidades em seu convés, sendo empilhadas cada vez mais a alturas maiores. Sem falar na velocidade das operações e dos navios.

Será que poderíamos imaginar um comércio além de US$ 3 ou US$ 4 trilhões? Na nossa modesta opinião, absolutamente impossível. Assim, com esse exemplo drástico, fica mais fácil imaginar a evolução do mundo atual e a que, basicamente, ele é devido.

Com isso, esperamos não restar quaisquer dúvidas do quanto o mundo deve ao container e seu criador.

Autor(a): SAMIR KEEDI